Descrição curta

Mãe Balbina do Caboclo Rei dos Índios é Yalorixá do Centro Espírita de Umbanda Jesus Maria José. Natural do Ceará, é residente na cidade de Fortaleza, bairro São João do Tauape. Possui reconhecida reputação como rezadeira e uma respeitada história como mãe de santo.

Patrimônio vivo, Mãe Balbina atua na salvaguarda do patrimônio imaterial, preservando e propagando a cultura afro-brasileira, sendo, portanto, uma pessoa importante na valorização dos povos tradicionais, notadamente os povos de terreiro. Sua função consiste na ciência dos seguintes saberes: a conservação de rezas, manipulação de ervas santas para fins de cura e purificação do espírito, preparação de banhos de limpeza e descarrego com a técnica de maceração, orientação espiritual aos iniciantes nos fundamentos das sete linha sagrada da Umbanda, com transmissão de saberes de ancestrais e antepassados via oralidade, preservação dos pontos cantados e riscados de Umbanda; domínio da técnica de produção de guias, cocás e outros adereços.

Reconhecida mestra da cultura entre seus pares, Mão Balbina possui reputação ilibada e uma história edificante para muitas gerações de umbandistas. Trata-se de uma referência cultural, social e espiritual que muito merece ser reconhecida oficialmente pela Secretaria da Cultura do estado do Ceará, sua trajetória de mulher negra nordestina e umbandista. Sua existência denota um acúmulo de saberes e fazeres culturais. Mãe Balbina é um legado de fé.

Dados Pessoais

Descrição

Um breve histórico da senhora Balbina Freitas de Lima
Mãe Balbina do Caboclo Rei dos Índios
Balbina nasceu no município de Pacajus/CE, aos 20 dias do mês de janeiro de 1936, no entanto, seu registro ficou como se fosse no dia 21 de janeiro. Aos 5 anos veio morar com os padrinhos em Fortaleza, local em que aprendeu a lavar e passar para ajudar nos afazeres da casa.
A jovem Balbina começou a ter problemas de saúde, eram idas e vidas aos médicos, muitos exames e remédios, mas não era encontrada a solução para os sintomas que ela sentia. Foi quando um amigo da família convenceu os padrinhos à levar a jovem num terreiro de Umbanda.
O terreiro ficava localizado no bairro Joquei, era comandando pelo Pai de Santo conhecidos como João Cobra. Foram muitos rituais de religião feito para afastas a moléstia da menina Balbina, como o passar do tempo, a doença foi passando e ela ficou inteiramente curada. Foi quando o Pai de Santo lhe disse que era necessário que ela desenvolvesse sua mediunidade.
A jovem Balbina recém casada, começou a frequentar um terreiro no bairro Aerolândia que era comandado pelo Pai de Santo conhecido como Antônio dos Tambores. Neste terreiro a jovem Balbina foi desenvolvendo sua mediunidade espiritual, e se tornou umbandista de corpo, alma e coração, sendo consagrada Mãe de Santo.
A decisão da jovem Balbina não agradou o esposo, os padrinhos e demais familiares, mas como ela manteve sua posição, eles à abandonaram. Foi quando, recebeu do seu guia, o Caboclo Rei dos Índios, a missão de colocar um terreiro para ajudar o próximo. A jovem Mãe Balbina do Rei dos Índios criou o terreiro chamado Centro Espírita de Umbanda Jesus Maria José.
O ano era 1956, o Brasil passava por muitas mudanças, o preconceito religioso era tolerado e até incentivado pelas autoridades. Mas mesmo enfrentando este grande obstáculo, o terreiro de Mãe Balbina foi crescendo, foram feitos trabalhos de curas nos enfermos que vinha até a casa, a missão de benzer pessoas, casas e até em animais cada dia ficava mais forte.
Na época, era comum os “macacos” (policiais), invadirem os terreiros para mandar as pessoas embora, recolhiam os tambores, prendiam o Pai ou Mãe de Santo e trancavam a porta do terreiro. Mas, segundo Mãe Balbina, no seu terreiro isso nunca aconteceu. “Antes de começar as giras da casa, a porteira era bem firmada pelos guardiões do terreiro”.
Em seguida, mais ou menos três anos depois do inicio dos trabalhos, ela foi procurada pelo senhor Manoel Rodrigues, ele era o presidente da União Espírita Cearense. Ele aconselhou que Mãe Balbina deveria registrar o terreiro, o que foi de imediato atendido. Com o terreiro filiado à União Espírita, a perseguição foi amenizando. “Seu Manoel Rodrigues era um homem muito correto!”
Segundo Mãe Balbina, quando sua vida foi direcionada para a Umbanda, começou o sofrimento. Era a tensão das autoridades; a preocupação com o desenvolvimento dos filhos do terreiro; a missão de cura que cada vez crescia mais; e foi uma vida de abandono por parte da família carnal. Mas outra grande família estava se construindo, a família da fé. “Minha vida eu entreguei para os caboclos”!
As pessoas com enfermidades vinha para o terreiro para receber a cura, em muitos casos, chegou a ter mais 30 pessoas dividindo a casa, eram filhos da família, filhos do terreiros, crianças que eram abandonadas na porta da cada de Mãe Balbina, e ela com o coração de mãe acolhendo a todos com amor e carinho.
Com o passar dos anos, a idade foi chegando e Mãe Balbina por orientação do Rei dos Índios, foi passando as responsabilidades do terreiro para sua filha e herdeira espiritual Mãe Gardênia D´Iansã. “Quando vejo a casa com muitos filhos de santo se desenvolvendo na Umbanda, e quando o terreiro está lotado de pessoas nas giras, sinto um orgulho tão grande da minha filha. É a prova que eu estava certa”.
A chama da Umbanda cada dia que passa está aumentando. “Na minha casa, o terreiro é coordenado pela minha filha, minha neta está no desenvolvimento, meu bisneto será um menino de terreiro, meu genro é um grande homem, veio para minha casa para ser um esteio do terreiro e ao lado da minha filha estão me dando muito orgulho”.
“Minha vida foi abençoada, sou uma pessoa muito feliz, tenho uma família que amo muito. Vejo o terreiro do Rei dos Índios cada dia mais forte, trabalhando para ajudar o próximo. Se eu fosse recomeçar minha vida, não tenho dúvidas que faria tudo novamente, foram momentos de sofrimento e muita tristeza, mas ou tantos de muita alegria e satisfação.”
Mãe Balbina cumprimenta as autoridades pela iniciativa de valorizar as pessoas que tiveram uma vida de dedicação ao próximo. Espero que muitas pessoas, assim como eu, tenham a oportunidade de serem lembras e valorizadas por aquilo que fizeram para a caridade ao semelhante, para fortalecer a fé das pessoas, para manter viva a tradição e a cultura da Umbanda.

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