
Individual
Mãe Balbina do Caboclo Rei dos Índios
Dados Pessoais
Descrição
Um breve histórico da senhora Balbina Freitas de LimaMãe Balbina do Caboclo Rei dos Índios
Balbina nasceu no município de Pacajus/CE, aos 20 dias do mês de janeiro de 1936, no entanto, seu registro ficou como se fosse no dia 21 de janeiro. Aos 5 anos veio morar com os padrinhos em Fortaleza, local em que aprendeu a lavar e passar para ajudar nos afazeres da casa.
A jovem Balbina começou a ter problemas de saúde, eram idas e vidas aos médicos, muitos exames e remédios, mas não era encontrada a solução para os sintomas que ela sentia. Foi quando um amigo da família convenceu os padrinhos à levar a jovem num terreiro de Umbanda.
O terreiro ficava localizado no bairro Joquei, era comandando pelo Pai de Santo conhecidos como João Cobra. Foram muitos rituais de religião feito para afastas a moléstia da menina Balbina, como o passar do tempo, a doença foi passando e ela ficou inteiramente curada. Foi quando o Pai de Santo lhe disse que era necessário que ela desenvolvesse sua mediunidade.
A jovem Balbina recém casada, começou a frequentar um terreiro no bairro Aerolândia que era comandado pelo Pai de Santo conhecido como Antônio dos Tambores. Neste terreiro a jovem Balbina foi desenvolvendo sua mediunidade espiritual, e se tornou umbandista de corpo, alma e coração, sendo consagrada Mãe de Santo.
A decisão da jovem Balbina não agradou o esposo, os padrinhos e demais familiares, mas como ela manteve sua posição, eles à abandonaram. Foi quando, recebeu do seu guia, o Caboclo Rei dos Índios, a missão de colocar um terreiro para ajudar o próximo. A jovem Mãe Balbina do Rei dos Índios criou o terreiro chamado Centro Espírita de Umbanda Jesus Maria José.
O ano era 1956, o Brasil passava por muitas mudanças, o preconceito religioso era tolerado e até incentivado pelas autoridades. Mas mesmo enfrentando este grande obstáculo, o terreiro de Mãe Balbina foi crescendo, foram feitos trabalhos de curas nos enfermos que vinha até a casa, a missão de benzer pessoas, casas e até em animais cada dia ficava mais forte.
Na época, era comum os “macacos” (policiais), invadirem os terreiros para mandar as pessoas embora, recolhiam os tambores, prendiam o Pai ou Mãe de Santo e trancavam a porta do terreiro. Mas, segundo Mãe Balbina, no seu terreiro isso nunca aconteceu. “Antes de começar as giras da casa, a porteira era bem firmada pelos guardiões do terreiro”.
Em seguida, mais ou menos três anos depois do inicio dos trabalhos, ela foi procurada pelo senhor Manoel Rodrigues, ele era o presidente da União Espírita Cearense. Ele aconselhou que Mãe Balbina deveria registrar o terreiro, o que foi de imediato atendido. Com o terreiro filiado à União Espírita, a perseguição foi amenizando. “Seu Manoel Rodrigues era um homem muito correto!”
Segundo Mãe Balbina, quando sua vida foi direcionada para a Umbanda, começou o sofrimento. Era a tensão das autoridades; a preocupação com o desenvolvimento dos filhos do terreiro; a missão de cura que cada vez crescia mais; e foi uma vida de abandono por parte da família carnal. Mas outra grande família estava se construindo, a família da fé. “Minha vida eu entreguei para os caboclos”!
As pessoas com enfermidades vinha para o terreiro para receber a cura, em muitos casos, chegou a ter mais 30 pessoas dividindo a casa, eram filhos da família, filhos do terreiros, crianças que eram abandonadas na porta da cada de Mãe Balbina, e ela com o coração de mãe acolhendo a todos com amor e carinho.
Com o passar dos anos, a idade foi chegando e Mãe Balbina por orientação do Rei dos Índios, foi passando as responsabilidades do terreiro para sua filha e herdeira espiritual Mãe Gardênia D´Iansã. “Quando vejo a casa com muitos filhos de santo se desenvolvendo na Umbanda, e quando o terreiro está lotado de pessoas nas giras, sinto um orgulho tão grande da minha filha. É a prova que eu estava certa”.
A chama da Umbanda cada dia que passa está aumentando. “Na minha casa, o terreiro é coordenado pela minha filha, minha neta está no desenvolvimento, meu bisneto será um menino de terreiro, meu genro é um grande homem, veio para minha casa para ser um esteio do terreiro e ao lado da minha filha estão me dando muito orgulho”.
“Minha vida foi abençoada, sou uma pessoa muito feliz, tenho uma família que amo muito. Vejo o terreiro do Rei dos Índios cada dia mais forte, trabalhando para ajudar o próximo. Se eu fosse recomeçar minha vida, não tenho dúvidas que faria tudo novamente, foram momentos de sofrimento e muita tristeza, mas ou tantos de muita alegria e satisfação.”
Mãe Balbina cumprimenta as autoridades pela iniciativa de valorizar as pessoas que tiveram uma vida de dedicação ao próximo. Espero que muitas pessoas, assim como eu, tenham a oportunidade de serem lembras e valorizadas por aquilo que fizeram para a caridade ao semelhante, para fortalecer a fé das pessoas, para manter viva a tradição e a cultura da Umbanda.
Vídeos
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Louvação do Marinheiro (Mãe Balbina do Caboclo Rei dos índios)
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Galeria
