Coletivo

Periferia que Lê

Descrição curta

O Periferia que Lê é um projeto social com ações voluntárias que visa reforçar a importância das práticas literárias através da elaboração de ideias, acessibilidade aos livros e à informação. Atuante no Grande Bom Jardim, uma das maiores periferias de Fortaleza, buscamos incentivar a leitura, conectar-se a comunidade e aos artistas locais.

E-mail: periferiaquele@gmail.com

Telefone Público: (85) 98853-3611

Descrição

O Periferia que Lê é um projeto social com ações voluntárias que visa reforçar a importância das práticas literárias através da elaboração de ideias, acessibilidade aos livros e à informação. Atuante no Grande Bom Jardim, uma das maiores periferias de Fortaleza, buscamos incentivar a leitura, conectar-se a comunidade e aos artistas locais.

O início de tudo.

O escritor e educador social, Marcos de Sá, que também é morador da comunidade, idealizou o projeto durante a quarentena. Nos meados de 2019, após participar de palestras sobre a realidade das bibliotecas brasileiras, realizadas na XIII Bienal Internacional do Livro do Ceará, saiu impactado e refletindo sobre o que poderia fazer para amenizar tais impactos em sua comunidade local. Há mais de dois anos trabalhava com um público entre três a quinze anos de idade, sendo a sua grande maioria inseridas em contextos de extrema vulnerabilidade social.

No início era difícil pensar em algo que transformasse a mentalidade dessas crianças e jovens além das ações que já eram realizadas pelo professor voluntário, como: aulas de língua portuguesa, rodas de leituras, teatro educacional, reciclagem, atividades que trouxessem uma reflexão social, além das recreações. Durante as muitas conversas, Marcos percebeu que a maioria das crianças, que chegavam a mais de duzentas, não tinham incentivo à leitura em casa e muitas nunca receberam um livro de presente.

Foi daí que surgiu a ideia de criar um prêmio literário chamado Prêmio Book Brasil, onde a contrapartida da inscrição seria a doação de livros, materiais escolares e jogos educacionais. A primeira edição aconteceu entre dezembro de 2019 a março de 2020 e foram arrecadados através de mais de 63 escritores inscritos de todo o Brasil os itens solicitados, os quais foram formados kits que beneficiaram mais de cento e cinquenta alunos do IKP.

Com o início do isolamento social, todas as atividades paralisaram, o que impossibilitou a entrega das doações que ainda chegavam. Marcos pensava em uma estratégia de entrega dos livros que não infringisse às orientações de saúde. A primeira ação foi colocar os livros doados em uma plataforma literária no terminal de ônibus do Siqueira e para que a comunidade fosse informada criou na sequência o Instagram @periferiaquele

Isso causou uma mobilização inesperada entre as pessoas que pouco a pouco conheciam a ação através das mídias digitais. Foram chegando outras doações de livros, vindos da própria comunidade, bairros adjacentes e até mesmo de outros estados do Brasil. Apesar da ação no terminal de ônibus ter sua positividade, Marcos sentiu que precisava alcançar um público que realmente não tem poder aquisitivo para comprar livros. E assim veio a ideia da geladeira literária, que inicialmente foi solicitada nas redes sociais, e logo surgiu um refrigerador disponível e junto com ele a doação voluntária da pintura realizada por Antonio Fernando Costa Silva, um jovem morador do bairro, artista plástico.

Alguns moradores contribuíram para a compra dos materiais de pintura e fretes para a locomoção da geladeira ao ponto onde ela está desde 4 de julho de 2020, localizada na Avenida Ari Maia, 950 – Bom Jardim.

As nossas motivações

Diante da realidade literária no Brasil, onde grandes eventos e investimentos são realizados distantes das periferias, esse projeto nasce com a intenção de chamar atenção à essa causa. Rotuladas como ignorantes ou sem capacidade de ocupar espaços de destaque na sociedade, essas pessoas que são historicamente são invisibilizadas, apresentam dificuldade de se culturalizar mediante o combate diário por sobrevivência. Enquanto lutam por um prato de comida, é difícil pensar na aquisição de um livro, por exemplo.

Dentro das periferias, a arte é um grande respiro. Enquanto as mídias enfatizam as problemáticas territoriais, os crimes e a violência em geral, o povo periférico produz diferentes tipos de arte. Apesar de todas as dificuldades geram, de forma genuína, na maioria das vezes sem apoio ou patrocínio, comunidades e grupos artísticos através de linguagens como: o teatro, a dança, a música, o circo e a literatura.

O título do projeto nasce da necessidade que afirmar que a periferia lê, sim!

O Periferia que Lê realiza atualmente ações como a coleta de livros para distribuir em pontos estratégicos como as geladeiras literárias, leituras compartilhadas, informações e dicas literárias (todos divulgados através das mídias sociais. O projeto iniciado timidamente em maio de 2020 visa ações como: visitas às escolas e instituições levando a roda de leitura, teatro e distribuição de livros paradidáticos (dependendo das doações) e a ampliação do espaço cedido pela Associação Cultural Santa Terezinha do Menino Jesus (Bom Jardim) para a realização de cursos educacionais, biblioteca comunitária e espaço de estudo, o que ainda depende do fim do isolamento social.

As geladeiras comunitárias apesar de não serem uma ideia inovadora, tornam-se novidade pelo fato de atender parte da periferia que está impossibilitada de atravessar “territórios rivais”, e assim são impedidos de frequentarem os poucos centros culturais que resistem.

A intenção do projeto é se expandir por todo o território nacional, através de voluntário(s) que se disponham à realizar essas práticas em suas comunidades ou circunvizinhança. Pensamos constantemente em novas estratégias, e para isso contamos com o apoio de todos, que voluntariamente possam agregar: doando, compartilhando, sugerindo, engajando, e/ou sendo beneficiado(a).

​Apesar de ser recente, já recebemos feedbacks de mães dizendo que “os filhos nunca haviam ganhado antes um livro de presente” e jovens relatando o despertar para a leitura, além da conscientização ao povo periférico para a cultura, o que muitas vezes é nos apresentado como algo inacessível.



​Todas as ações citadas acima, assim como os projetos, são totalmente voluntárias e não contamos com apoio financeiro de nenhuma empresa ou patrocínio, a não ser das pessoas que vão surgindo e abraçando nossas causas.

Vídeos

Galeria

evento entre e Baixar Planilha

Publicado por

Marcos de Sá

Roteirista e escritor cearense. Autor dos livros: “Reciclável – Acomode-se ou Recicle-se”, “O Baú de Shailo” e “Rotulândia”. Educador social e idealizador dos projetos: Prêmio Book Brasil, Periferia que Lê e Periferia que Escreve.

Nome:

E-mail:

Tipo:

Mensagem:

Enviando mensagem

Enviando mensagem

Denunciar