Bens culturais de natureza material

Conjunto Palácio da Abolição e Mausoléu Castelo Branco

Área de Atuação

Patrimônio Material

Descrição curta

O Mausoléu Castelo Branco faz parte do conjunto arquitetônico do Palácio da Abolição, antiga sede do Governo do Estado. A proposta ousada em um grande balanço, uma obra de arquitetura moderna de reconhecido valor, estas características já fazem parte da paisagem urbana de Fortaleza de maneira qualitativa, fazendo do Mausoléu um importante ponto turístico da cidade.

Endereço: Av. Barão de Studart, entre Ruas Ten. Benévolo e Dep. Moreira da Rocha., Aldeota

Estado: CE

Município:

CEP:

Logradouro:

Número:

Complemento:

Bairro:

Descrição

Durante a gestão do governo Plácido Castelo, em 1970, foi decidia a transferência da sede do Poder Executivo do Estado do Ceará, do Palácio da Luz, situado no Centro, para o Palácio da Abolição, erguido no bairro Meireles, na zona leste da cidade.
O conjunto do Palácio da Abolição ocupa área considerável, de aproximadamente 4.000m2, englobando quase três quadras, com frente para a Avenida Barão de Studart e para as ruas Silva Paulet, Deputado Moreira da Rocha e Tenente Benévolo. Compõe-se de quatro blocos distintos, separados um dos outros por grandes recuos, formados pelo Palácio de Despachos e a residência oficial do governador, o bloco anexo com serviço administrativos, o Mausoléu castelo Branco e a Capela. O projeto é do arquiteto carioca Sérgio Beenardes, com jardins concebido por Roberto Burle Marx. A construção ficou a gargo dos engenheiros José Alberto Cabral e Rui Filgueiras lima.
O edifício do Palácio, assim como o bloco dos anexos administrativos, foi concebido tendo como elementos dominantes pórticos estruturais composto de duplos tubos de aço pintados de preto, dispostos em série e distribuídos paralelamente no sentido longitudinal dos blocos, esses elementos são autoportante e atuam como suporte para as paredes de alvenaria. No palácio, esses pórticos avançam, criando beiras e formando varandas nas fachadas norte e sul nos dois pavimentos. No piso superior, as varandas são cobertas com guarda-corpos de madeira em forma de bancos. Nas fachadas panos de vidro temperado fazem os fechamentos do edifício. As fachadas leste e oeste são cegas, revestidas de cerâmica. Na coberta, telhas de amianto em cinco águas, com calhas longitudinais entre elas.
A porta principal deste edifício, com trabalho executado em madeira talhada, dá acesso a amplo hall com pé-direito duplo, que se abre para o jardim, situado na face norte do terreno, este bloco abrigava a área dos despachos oficiais, a residência do governador, no pavimento superior, e uma sala de cinema no subsolo. Todo o revestimento do piso é em mármore cinza, à exceção da área residencial, que tem tábua corrida. Atualmente o edifício e ocupado pela Secretaria de Cultura do Estado.
O bloco anexo, que abrigava atividades, administrativas de apoio ao governo, está implantado transversalmente com relação ao bloco do Palácio e segue o mesmo sistema construtivo, porém sem as varandas. O acesso principal é feito entre dois pórticos, em piso mais elevado. No edifício também se situam alojamentos, o refeitório e a caixa d1água que abastece todo o complexo.
As fachadas leste e oeste formam panos de esquadrias em basculante de vidro com montantes de madeira entre os pórticos, que descem até a metade do pavimento térreo, completadas com paredes de alvenaria. As fachadas norte e sul têm revestimentos de cerâmica, com esquadrias também em basculante nas áreas correspondência às circulações.
Erguido na sul do térreo, o Mausoléu Castelo Branco foi inaugurado somente em 1972. Foi concebido em homenagem ao ex-presidente Humberto de Alencar Castelo Branco e é onde estão guardados seus restos mortais. Obra de grande arrojo arquitetônico, o monumento é um prisma alongado, com estrutura de concreto protegido, destacando-se pelo grande balanço de trinta metros, que se projeta sobreo espelho d'água e a praça pavimentada com dormentes justapostos, de madeira rústica, circundada por taludes gramados.
A câmara funerária foi situada na extremidade do balanço, alcançada depois das galerias (com exposição de documentos e objetos pessoais do ex-presidente), situadas ao longo do edifício, em suas duas faces. O mausoléu passou recentemente por processo de reforma e recuperação de suas instalações.
A capela foi localizada na extremidade nordeste do conjunto, na parte mais baixa do terreno. Possui uma proposta arquitetônica marcadamente moderna, em forma de ¼ de pirâmide, com parte encravada no subsolo, sendo visível apenas a coberta, na qual se destaca uma cruz, na parte superior. Cada plano da coberta é inclinado, formando triângulos com as hipotenusas apoiadas na viga/calha.
Dois lances de escada convergem para o acesso único do templo, onde se encontra o pilar que dá suporte à coberta. A planta tem forma de quadrado bem definido, onde acontecem os cultos. Duas paredes com terminação triangular se destacam por trás do altar, apresentando relevos decorativos, com pequenas aberturas. No encontro dessas paredes, há uma estreita faixa com vidros azulados dispostos verticalmente. As demais paredes são retangulares e sem adornos. O piso da capela é todo em mármore, à exceção da área do batistério, em tábua corrida.
Tombado pelo patrimônio estadual no ano de 2005, o conjunto do Palácio da Abolição está sendo recuperado pelo governo do estadual e deverá vir a ser utilizado como centro cultural e local para recepção oficiais.
Inaugurado no ano 1970, o Palácio da Abolição funcionou como sede do governo estadual até o ano de 1986, quando esta foi transferido para Centro Administrativo do Estado, localizado no bairro Cambeba.
Obra da década de 1970, o conjunto está na chamada arquitetura moderna brasileira, com caraterística marcadamente modernas, visíveis na forma e disposição dos volumes, na conformação dos espaços internos e na utilização dos materiais. Cada um dos edifícios que compõem o complexo possui atributos próprios que os distinguem um dos outros.

Galeria

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