Museu Público
Casa de Antônio Conselheiro
Endereço:
Estado: CE
Município:
CEP: 63800-000
Logradouro: Fazenda Mearim
Número: S\N
Complemento: Casa
Bairro: Distrito de Lacerda
Descrição
A Casa de Antônio Conselheiro é um equipamento cultural da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult Ceará) situada na rua Cônego Aureliano Mota, nº 210, próximo à Praça Dias Ferreira, na sede municipal de Quixeramobim.A casa onde nasceu Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido como Antônio Conselheiro, foi construída no início do século XIX por Vicente Maciel, pai do líder sertanejo. No ano de 1949, foram feitas reformas na casa pelo então proprietário, Sr. Luís Costa (pai do compositor e arquiteto Fausto Nilo, que também morou no imóvel).
Tombada pelo Estado em 2005 e em processo de restauro desde o ano de 2018, a antiga residência de Antônio Conselheiro abriga um equipamento cultural de resistência artística, em homenagem ao grande líder de Canudos e aos sertanejos, além de espaço para eventos, exposições, palestras, sendo também local de pesquisas e estudos.
Funcionando às terças e quartas feira de 8h ao meio dia, e de 14h às 18h, quinta e sexta-feira, das 14h às 21h, e aos sábados 08h ao meio dia, e de 18h às 21h , a Casa de Antônio Conselheiro, além de abrigar exposições, é um espaço para atividades de formação e fruição cultural com entrada franca - abrangendo as mais diversas linguagens artísticas -, assim como para atividades com grupo de leitura, rodas de conversa e feira agroecológica, com apoio de instituições locais.
Um dos diferenciais está também no anfiteatro construído no processo de reforma e adaptação do equipamento, sendo um novo espaço, onde recebemos apresentações culturais, palestras, exibições, entre outras atividades realizadas com apoio da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará e do Instituto Dragão do Mar.
Antônio Conselheiro
Antônio Vicente Mendes Maciel nasceu em Quixeramobim, em 1830, lá vivendo até 1857. Ele parte da cidade para se “repartir” com os “desaventurados” sociais, experimentando com eles os lugares de pobreza e miséria, juntando-se na busca de transformar suas vidas com trabalho e orações. Torna-se um peregrino, exercendo a escuta e realizando pregações, construindo igrejas e cemitérios, desencadeando por muitos lugares o que passa a ser o Projeto comunitário do Belo Monte. O corpo se marca nas muitas andanças pelos sertões, recebendo alcunhas, como Antônio dos Mares, até a mais conhecida delas, Antônio Conselheiro. Depois de muitas andanças, Conselheiro e seu já numeroso grupo se assentam em Canudos, na Bahia, em 1893. Ali realizam a vida de trabalho e orações. A comunidade cresce rapidamente, pessoas chegando de vários lugares, chegando a se tornar a segunda maior cidade da Bahia, com 25 mil habitantes.
Cresce ao ponto que provoca descontentamento nos latifundiários, com ataques de grande parte da imprensa, da Igreja católica, censuras e consentimentos, poderes instituídos, como parlamentos e o Governo Federal, e desencadeando-se o Massacre que tem à frente o exército brasileiro. Ele foi vencido pelas forças conselheiristas em 3 expedições militares da República. A 4ª expedição dizima Canudos com forças desproporcionais que reúnem grande parte do aparato militar do Brasil, incluindo canhões, como a grande “matadeira” usada na guerra. O episódio e sua comunidade ganham fama na imprensa da época, também na peculiaridade de se tratar de uma guerra fotografada. A consolidação se dá na escrita monumental de Euclides da Cunha, que cobre a Guerra e em 1902 lança Os sertões, grandiosidade literária também impulsionada como livro-reportagem demarcado no Brasil e no mundo. De lá pra cá, muitas escritas surgem sobre o episódio, na literatura e nas diversas linguagens artísticas, como o cinema, o teatro e a fotografia.
Galeria
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