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Washington Luis Reis Pereira

Melissa Reis é o que ela quiser ser. Aqui, ela é de Umbanda. Mas Melissa é, também, de Candomblé. É cabelereira, é ativista em Direitos Humanos, com o projeto A fome não espera no grande Bom Jardim. Travesti, Melissa já comeu o pão que o diabo amassou, mas na força da fé conseguiu a superação. Melissa é a cambone da Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas.

Site: https://www.instagram.com/afome_naoespera/

Email: afomenaoesperabomjardim@gmail.com

Telefone Público: (85) 996508313

Endereço: Rua José Martins, 1382, casa, Bom Jardim, 60543-462, Fortaleza, CE

CEP: 60543-462

Logradouro: Rua José Martins

Número: 1382

Complemento: casa

Bairro: Bom Jardim

Município: Fortaleza

Estado: CE

Descrição

Melissa Reis tem suas raízes no interior do Ceará. Foi de Massapê que sua avó, Maria de Jesus Furtado dos Reis, chegou em Fortaleza. O casamento de seus pais foi contra a vontade de Dona Maria de Jesus (avó), pois seu pai era negro. O preconceito era muito forte e a vida de Melissa começou com esses enfrentamentos. Melissa conta que foi o Mestre Sibamba que segurou toda s as barras. Dona Maria de Jesus, que era da Um banda, tinha a entidade como seu guia e ele ajudou toda a família. Dona Nuzia cambonava no terreiro de Dona Maria de Jesus. Melissa, com oito anos, entrou no quarto de Exu e se encantou pela religião. Melissa Reis nasceu em 1975, teve uma infância entre os bairros Bela Vista e Bom Jardim, estudou em escolas públicas, descobriu sua sexualidade logo cedo e já entendia que não era igual aos outros meninos. Sim, Melissa nasceu menino com o nome de Washington Luis Reis Pereira. O feminino see alinhava com a trajetória de Melissa e toda a subversão que promoveu com o seu corpo no mundo que tentou negar-lhe tantas coisas. Melissa conheceu o trabalho como cabeleireira em salões na cidade, mas também conheceu o trabalho na José Bastos, avenida de Fortaleza conhecida por pontos de prostituição. Na José Bastos ganhou o nome de Melissa depois que ganhou uma sandália de marca melissa de uma colega. De São Paulo Melissa foi para Rio de Janeiro onde se especializou em megahair, prática de alongamento de cabelo. No Rio, trabalhou em pontos de prostituição na Lapa e lá era protegida pelo Seu Zé Pilintra, seu mestre na Umbanda. Nota-se que a ligação de Melissa com as religiões de matrizes africanas nunca se partiram. Ainda no Rio, Melissa começou um namoro que a tirou das ruas. Em 1999 voltou para Fortaleza. De volta a Fortaleza Melissa trabalhou em salões de beleza e foi envolvendo-se com o mundo das drogas. Sofria com o preconceito para conseguir empregos, pois os donos de salão não queriam empregar travestis. Em alguns casos era pedido que ela cortasse o cabelo e se vestisse como homem. Até que em 2009 casou-se, separando-se em 2014 quando o marido não aguentou mais o convívio de Melissa com o mundodas drogas. Melissa passava pela mira de revólver de traficantes da área e foi se vendo no fundo do poço vendendo tudo o que tinha em casa para continuar consumindo drogas e pagando as dívidas. Foi na Cabana do Preto Velho da Mata Escura que Melissa Reis ouviu o chamado da Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas e resolveu reconstruir sua vida. Melissa já frequentava os terreiros do Bom Jardim desde a adolescência e, depois que voltou do Rio, passou a frequentar a Cabana e fazer amizade com o Pai de Santo e a comunidade. Melissa entrou primeiro no Candomblé sendo filha de Oxóssi. Depois entrou na Umbanda sendo seu guia o Índio da Solidão. Em 2011 fez santo no Candomblé e em 2014 recebeu em sua cabeça a entidadena Umbanda. Mas foi com a Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas que Melissa foi transformando sua vida. Melissa começou a cambonar em 2014. Seu Exu é o Labareda e sua Pombagira é a própria Rainha. Desde então tem se envolvido em ações socio educativas, com a cultura do povo de terreiro no bairro do Bom Jardim. Que vão desde ações na distribuição de doces para as crianças, até agora com distribuição de cestas básicas e marmitas, as pessoas carentes, acometidas pelas mazelas sociais que se agravaram com a pandemia. Em meados de 2020 começou por conta própria e com a ajuda dos amigos, reuniu forças para atender a sua comunidade, esta ação ganhou força e hoje se chama o projeto A Fome não espera.

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