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Criado no início de 2018, o grupo, formado majoritariamente por pessoas com deficiência visual, estimula o desenvolvimento de habilidades e competências para a produção teatral, tendo como ponto de partida elementos da linguagem teatral, como texto dramatúrgico, expressão corporal, improvisação, jogos cooperativos e encenação. Seu objeto de pesquisa é o Teatro Inclusivo para cegos.

Email: olhomagicogrupo@gmail.com

Telefone Público: (85) 98693-8062

Descrição

Superar barreiras, promover a inclusão e realizar grandes espetáculos no universo das artes cênicas. Com essa proposta surgiu o Grupo de Teatro Olho Mágico. Em janeiro de 2018 iniciou-se um processo de formação em teatro com um grupo de 17 pessoas com deficiência visual, na Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC) numa parceria com o Instituto Vida Cidadâ.
Formado por 17 pessoas com deficiência visual, alguns cegos e outros de baixa visão, com idades que variam de 26 a 78 anos montamos o espetáculo Vila Paradiso, um conjunto de oito esquetes interconectados que contam estórias urbanas de uma comunidade fictícia que leva este nome.
O grupo dirigido por Marcos Queiroz, graduado em Teatro pela UFC e mágico profissional, conta ainda com os professores Nádia Fabrici, graduada em Teatro e Dança pela UFC e Lucas Duarte, graduado em Teatro pela UFC são os responsáveis pela formação dos atores.

“Formar atores com deficiência visual”
O Grupo de Teatro Olho Mágico é o único em atividade no Ceará formado por pessoas com deficiência visual com a proposta de um teatro inclusivo, justamente por levar pessoas cegas aos palcos, possibilitando-as desenvolverem seus talentos e fazendo dar sentido às suas vidas. Nosso objetivo é formar uma equipe permanente com atores com deficiência visual, capacitá-los e encenar peças para o público geral. Incluí-los socialmente e profissionalizá-los.

“Eles me fizeram leve”
Nádia Fabrici é professora de teatro há oito anos, mas nunca havia dado aulas para deficientes visuais. “Está sendo um grande desafio, mas também uma experiência muito rica esse processo de redescoberta de dar aulas. Por exemplo, antes de passar um alongamento pra eles, primeiro, em casa, eu fecho os olhos e tento me colocar no lugar deles. Assim, por se tratar de uma ação pioneira, eu aprendo muito mais com eles do que eles comigo.”
A professora é formada em Teatro pela UFC, e está em sua segunda graduação (Dança/UFC). Ao avaliar o desempenho dos alunos, disse que “eles são extremamente dispostos, apenas com certas limitações, como toda pessoa tem, mas aí o próprio fazer teatro vai se desenrolando e se amoldando conforme as condições deles”. Nádia tem 26 anos e é atriz do Terceiro Corpo de Teatro.

“Um presente da vida”
O outro professor, Lucas Duarte, de 24 anos, dá aulas há sete anos e reconhece que se sente abençoado. “Tive a sorte de receber um daqueles presentes da vida, que faz você parar e pensar: o que eu tô fazendo no mundo? Eu vou ficar só pagando contas, preocupado e me lamentando ou vou ser feliz?” Também relata que sua percepção de vida mudou a partir do momento em que começou o trabalho. “Aprendi a ver o mundo com outros olhos, os olhos que eles me propuseram ver, que é o coração. E o mais gratificante é que eles nos abraçam de uma maneira linda, rica e orgânica, naturalmente leve. E assim eles me fizeram: leve,” constata Lucas, que desenvolveu uma relação paternal com os alunos, a quem os considera como filhos.

Depoimentos dos integrantes
“Participar desse projeto significa que a pessoa com deficiência visual pode ser protagonista da própria inclusão cultural, ser o ator principal das lutas e vitórias em relação à inclusão e à acessibilidade. Quando estamos reunidos, a deficiência fica em segundo plano porque quem atua é o ser humano, que acredita e valoriza a arte e a cultura. Quando encenamos nos desconectamos das nossas limitações e nos conectamos plenamente com a cidadania. Então, fazer teatro representa para a pessoa com deficiência visual enxergar novos cenários das potencialidades, vivenciar as principais cenas da vida de qualquer ser humano, que é colocar sentimento, espiritualidade e atitudes transformadoras na sociedade em que se vive,” Paulo Roberto, engenheiro e coordenador de projetos da SAC
“Sinto-me feliz. Realizada. Sou imensamente grata aos professores Nádia e Lucas e ao nosso diretor Marcos Queiroz pela criação do Grupo de Teatro Olho Mágico,” Jornalista Ana Ximenes

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