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Ponto de Cultura Galpão da Cena

Espaço de pesquisa, criação, produção e fruição artística, especificamente de Dança, Audiovisual e Percussão Afro, agregando Cias e núcleos de formação permanentes, tais como: Cia Balé Baião, Cia Rebentos, Escola livre de Dança Balé Baião, Núcleo de Danças Negras, Tambores AfroBaião e Advento de Audiovisual. O Galpão da Cena é gerido pela Associação de Artes Cênicas de Itapipoca - AARTI.

Endereço: Rua Raimundo Lopes de Sousa, 331 , Coqueiro, 62500-000, Itapipoca, CE

CEP: 62500-000

Logradouro: Rua Raimundo Lopes de Sousa

Número: 331

Complemento:

Bairro: Coqueiro

Município: Itapipoca

Estado: CE

Descrição

Ponto de Cultura Galpão da Cena de Itapipoca CE
Principais atividades::
Desde 2006 o espaço acolhe ações continuadas de pesquisa, formação, criação e compartilha em danças, percussão afro brasileira e artes audiovisuais. Gerenciado pela Cia Balé Baião, o Galpão da Cena desenvolve Escolas Livres de Arte que agregam estudantes de escolas públicas, educadores, universitários e lideranças comunitárias nos núcleos de formação: Escola livre de Dança Balé Baião, Tambores Afro Baião, Núcleo de Danças Negras Brasileiras e Núcleo Advento de Audiovisual.
O Ponto de Cultura Galpão da Cena também possuir coletivos residentes que contribuem com a vida da entidade: a Cia Rebentos (formada por ex-alunos da Escola Balé Baião), o Grupo de Dramas Populares (coordenado pelo Zé Américo, pai de Gerson Moreno) e o Ikannús, Cia de dança formada por BBoys.
Mensalmente realiza a Mostra “Arte Caseira”, evento que agrega públicos de diversos bairros da cidade para o deleite de espetáculos, shows musicais e vídeo-arte produzidos por artistas locais, estaduais e nacionais. No mês de Julho produz a Mostra Performática “Intenções”, oferecendo para a comunidade cinco dias de oficinas, rodas de debate, espetáculos, shows musicais, interferências de rua, instalações e vídeos experimentais, integrando Cias/Grupos/Coletivos da região e capital. No Carnaval leva pra rua o Bloco Afro Baião, agremiação carnavalesca de cunho afro-indígena que funde dança, percussão e canto em desfiles, cortejos e espetáculos de rua, celebrando e difundindo as nossas matrizes negras, cafuzas e caboclas.

Funcionamento | Estratégias metodológicas:
Funciona através da articulação e integração entre os núcleos de formação e Cias Residentes no Galpão da Cena. Cada núcleo/Cia possui seu próprio dia e horário de funcionamento no espaço, porém todos funcionam através de um plano comum que norteia todas as atividades anuais. Os conteúdos/atividades variam conforme as necessidades dos núcleos/Cias, porém há um alinhamento metodológico que se nutre nos princípios de Paulo Freire (pedagogia do Oprimido) e Educação Biocêntrica, onde tudo parte do que cada um traz de informação sobre o mundo, nisso se consiste a construção coletiva de conhecimento e consequentemente as obras de arte a serem compartilhadas na comunidade.

Cias | Núcleos residentes/atuantes:
- Cia Balé Baião;
- Cia Rebentos;
- Escola livre de dança Balé Baião;
- Núcleo Advento de Audiovisual;
- Núcleo de Danças afro-brasileiras;
- Tambores Afro Baião;

Impactos Culturais:
O Galpão da Cena através das ações formativas, cias residentes e mostras permanentes, procura desenvolver práticas de pesquisa e processos de criação que gerem obras artísticas de cunho contemporâneo, porém em diálogo com as tradições afro-indígenas brasileiras, nisso propõe-se estabelecer constantes diálogos e conexões entre expressões legitimas da cultura ancestral com as possibilidades multimídias e interativas que as artes contemporâneas, especificamente a dança contemporânea, pode oferecer. Nossos núcleos e público se deleitam com o que temos de mais popular e tradicional dentro de propostas cênicas contemporâneas, que instigam a dinamizar a cultura e potencializar seus códigos, cores, poéticas, corporeidades, sem desfazer-se do que ela traz de primórdio, de matriz e motriz.

Impactos Sociais:
Nossa entidade se propõe desenvolver suas atividades em coletivo, a partir da colaboração de todos os participantes dos núcleos/Cias residentes, evocando os princípios que nos fazem corresponsáveis pela manutenção do espaço e de tudo que ele oferece. Nossos (as) alunos (as) e artistas residentes são escalados para contribuírem em todas as pré-produções e produções de eventos, mostras, dentre outras ações do ponto de cultura, garantindo a inserção, o compromisso e trabalho em mutirão como bases solidas dos projetos desenvolvidos no espaço. Com isso evitamos o acumulo de cargos e primamos pelas divisões de funções. Dentro dessa perspectiva observamos que cada vez mais avançamos socialmente, sobretudo porque aprende-se a conviver dentro de processos colaborativos, empreendedores e autônomos. Além das artes cênicas aprende-se a viver os valores comunitários e afetivos.

Filosofia e militância:
A filosofia do Galpão da Cena nutre-se da Declaração Universal dos Direitos Humanos desde que começou a funcionar em 2003. Antes de sua existência, a Cia Balé Baião na década de noventa já era militante de movimentos sociais onde produzia espetáculos de cunho político para serem apresentados em fóruns de debate, congressos e encontros, especificamente promovidos por sindicatos, associações e frentes estudantis. Até hoje tudo o que idealizamos e nos propomos produzir parte do anseios de discutir temas que tragam à tona: o respeito a diversidade, os direitos trabalhistas, o combate ao racismos, homofobia e preconceito, a defesa do Estatuto da Criança e do Adolescente e a tolerância religiosa na defesa de um Estado Laico. Em todos os núcleos de formação do Galpão da Cena são abertas mensalmente rodas de conversa sob mediação da coordenação pedagógica onde são discutidos esses assuntos a partir da visão de mundo (conjuntura) de cada aluno (a). Os espetáculos de dança, canções e vídeos que serão produzidos em cada ano nascem sobretudo dessas rodas de debate e do anseio de levar para a cena obras que falem sobre temas emergentes. Somos convidados para apresentar esses trabalhos em congressos de jovens, trabalhadores rurais, quilombolas, professores municipais (servidores públicos) e universidades, dentro de semanas culturais, fóruns de debate e congressos. A cada final de apresentação é aberto espaço para que o público se coloque, nisso são ampliadas as discussões e tomadas de posição. Geralmente nossas obras discutem os temas: Respeito a Diversidade, juventude e mercado de trabalho, preconceito X tolerância, lutas urbanas, periferia e cultura popular, ancestralidades e pluralidade religiosa, dentre outros. Acreditamos que para além das técnicas artísticas, os nossos jovens artistas precisam ser conhecedores dos seus direitos e protagonistas de lutas comunitárias onde possam exercitar sua cidadania e nisso transformarem os lugares que habitam. As artes produzidas serão reflexo de todo um aprofundamento e atravessamentos sócio-político-econômico-culturais, sem necessariamente apelar para o didático. Prima-se por obras de estéticas contemporâneas que estejam comprometidas com a difusão e defesa dos direitos humanos, com a vida em sua complexidade para além do homem e da mulher.

Diálogos intergeracionais:
Desde 2013 a Escola livre de dança Balé Baião, o núcleo Advento de Audiovisual e os Tambores Afro Baião vem rompendo com a ideia de trabalhar a partir de faixa-etária na tentativa de agregar pessoas de todas as idades e das mais diversas experiências. O resultado disso é que todos vem aprendendo cada vez mais uns com os outros: Os mais velhos proporcionam o exercício da memória, confrontam os acontecimentos do passado com o contexto atual, enquanto que os jovens e as crianças dinamizam e dão novos fluxos às práticas culturais. Percebemos que essa junção de idades/experiências vem enriquecendo o convívio entre todos, fortalecendo o respeito e a tolerância e oportunizando principalmente que os mais novos aprendam com os mais velhos da comunidade.
A Mostra "Arte caseira" agrega públicos distintos de vários bairros da cidade e de todas as faixas. Os espetáculos apresentados são para todas as idades, nisso não se exclui ninguém de participar de nossas programações e garante-se inclusive a pratica do encontro e do convívio entre familiares e parentes, estreitando afetos e suscitando a apreciação artística. Também se apresentam na programação o Grupo de Dramas Populares formado por senhores e senhoras idosas, mestres da tradição de nossas serras. Os jovens da comunidade esperam todo mês assistir esse grupo, sobretudo porque trata-se de uma manifestação cultural de cunho tradicional que vem desaparecendo de nossos interiores e que tentamos manter viva em nosso espaço. O Grupo de Dramas Populares sente-se pleno em poder compartilhar com as novas gerações de suas histórias, canções e anedotas. Dividem espaço na programação grupos de jovens artistas, trabalhos de cunho contemporâneo e Dramistas da Tradição Popular Itapipoquense, em perfeita harmonia.

Publicado por

Cacheado Braga

É artista multimídia, dançarino da Cia Balé Baião desde 2006, Videomaker, Fotógrafo, Diretor do Núcleo Advento Audiovisual do Ponto de Cultura Galpão da Cena e Educador Social.