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Terça do choro

A cena da música instrumental cearense, como qualquer outra manifestação prevista para espaços físicos, foi prejudicada pela interrupção das rodas de choro que aconteciam em diversos locais da cidade. A iniciativa de Samuel Rocha, em parceria com Felipe Bastos em não interromper a difusão da interação promovida pelas rodas não só fez com que a arte cumprisse o seu papel de melhorar tempos adversos para os que aproveitaram as terças do período de isolamento social, como promoveu a conexão entre músicos do segmento, por diversas partes, sobretudo contribuindo para que artistas locais pudessem mostrar os seus trabalhos. Ao longo dos meses, além de agregar a participação de músicos que já possuem uma trajetória significativa, as lives têm proporcionado a aproximação de pessoas que se interessam pelo gênero musical, estão em processo de aprendizado de algum instrumento, mas se sentiam inibidas em mostrar o que têm conseguido executar nas rodas presenciais. Tem se tornado mais frequente falas de agradecimento pelo espaço e a motivação em ampliar o repertório, para em cada terça-feira se desafiar a trazer algo novo para mostrar. Assim como permitiu com que os músicos fossem convidados para entrevistas realizadas (lives) para o Connect Choro, promovido pelo Sydney Choro Club (Austrália) e Club do choro de Viena (França). Samuel Rocha e Felipe Bastos possuem trajetória significativa na música instrumental do Ceará e, mesmo em um contexto de pandemia, optaram por usar isso em favor do ofício artístico, ampliando o alcance do que se produz de arte na cidade de Fortaleza, mas também em incentivar a renovação da cadeia produtiva da música instrumental no estado. Como fator agregador ao trabalho dos artistas, o contato semanal com as referências sonoras de outras partes do mundo tem possibilitado a diversificação dos processos criativos. Trata-se de uma forma diferente de consumir e fazer música que não anula, mas já está sendo somadas às vivências presenciais.

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