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Fortaleza Narrativas Gráficas

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Período de execução do projeto 12/06/2019 a 31/12/2030 .

Projeto artístico e interdisciplinar que entrecruza História, Literatura e Quadrinhos para produzir romances gráficos que contam histórias de Fortaleza, ressaltando personagens e representações do cenário urbano da capital cearense, do fim do século XIX e XX. >

Site: https://charlesribeiroletras.wixsite.com/livrosehqs/fortaleza-narrativas-graficas https://charlesribeiroletras.wixsite.com/livrosehqs/fortaleza-narrativas-graficas

Descrição

Síntese: Projeto artístico e interdisciplinar, do pesquisador em literatura e roteirista Charles Ribeiro Pinheiro, que entrecruza História, Literatura e Quadrinhos para produzir romances gráficos que contam histórias de Fortaleza, ressaltando personagens e representações do cenário urbano da capital cearense, do fim do século XIX e XX. A partir da lição aprendida com Will Eisner, em Quadrinhos e a arte Sequencial (2010) e Narrativas Gráficas (2013), a linguagem dinâmica e acessível dos quadrinhos é uma excelente forma de enriquecer a memória do patrimônio histórico e cultural de Fortaleza. Texto completo do projeto, no link a seguir: Fortaleza narrativas gráficas

Objetivo geral: pesquisar, escrever e produzir histórias em quadrinhos sobre a memória histórica, patrimonial, artística e literária de Fortaleza, capital do Ceará.

Subprojeto atual: A Padaria Espiritual em quadrinhos (2019-2024).


AS CIDADES E AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

História em quadrinhos é uma linguagem artística híbrida, resultado da junção de texto e imagens. O quadrinista Will Eisner (1917-2005), em Narrativas Gráficas (2013), a define como arte sequencial, assim como Scott McCloud. Os quadrinhos trabalham com dois dos principais dispositivos de comunicação humana: palavras e imagens. No emprego hábil de palavras e imagens, reside a potencialidade específica desse meio formal. Como linguagem artística, os quadrinhos possuem elementos próprios: a vinheta/quadro, sarjeta, balões, legendas, recordatórios, representações de recursos cinéticos e metáforas visuais. Os quadrinhos, devido ao seu potencial expressivo, garantem a participação ativa do leitor e são excelentes meios de divulgar a literatura e a arte cearense.

O ROMANCE GRÀFICO E A CIDADE DE FORTALEZA

Como é usado com mais frequência hoje em dia, o termo graphic novel refere-se a uma obra em quadrinhos original publicada no formato de livro. Richard Kyle (fã e empresário do ramo das HQs) usou esse termo pela primeira vez em 1964. Porém, Will Eisner, em diversas entrevistas e no prefácio de Um contrato com Deus (1978) afirma que se inspirou no trabalho do artista americano Lynd Ward, com a publicação do livro Gods’ Man, em 1929, composto por 139 xilogravuras. Para o pesquisador Antônio Luís Cagnin, As aventuras de Nhõ Quim, do ítalo brasileiro Ângelo Agostini, publicada em forma de folhetim ilustrado, em 1869, é o primeiro romance gráfico que se tem notícia.

O quadrinista Will Eisner foi o primeiro artista a veicular as palavras ‘romance’ (novel) a ‘gráfico’ (graphic) a um projeto estético mais ambicioso, principalmente com a publicação de Um contrato com Deus e outras histórias de cortiço, em 1978. Foi uma maneira de distinguir suas obras dos gibis infanto-juvenis ou das revistas super-heróis. Como mesmo dissera, seus livros ilustrados estavam mais próximos dos romances do escritor inglês Charles Dickens do que as aventuras escritas por Stan Lee. Era uma maneira de escrever e ilustrar narrativas mais sofisticadas (artísticas) e, na maioria dos casos, voltadas para o público adulto. Com o sentido que Eisner propôs, e até hoje, romance gráfico se refere a uma publicação quadrinizada, em formato de livro, de uma narrativa original e completa, ou coleções de quadrinhos antes seriadas.

Um contrato com Deus narra criativamente, por meio de um jogo de palavras e ilustrações complexas, detalhadas, impressionantes, as representações de uma vida na cidade e a condição humana. O autor afirma que “a importância de saber lidar com os altos e baixos da existência nas cidades e a eterna necessidade de escapar parecem não mudar nunca para seus habitantes”. O quadrinista é um contator de histórias e um iconógrafo da paisagem urbana, tanto de cidade reais, quanto ficcionais. Os quadrinhos representam as cidades em que vivemos e o efeito que essas cidades têm sobre nós, assim como as que construímos dentro de nós.

A cidade escolhida para o projeto é Fortaleza, capital do Ceará. De uma pequena vila que cresceu ao lado do riacho Pajeú e do Forte de Nossa Senhora da Assunção (1812), ela se tornou uma das maiores metrópoles do Brasil. Progrediu efetivamente em virtude da exportação de algodão para a Inglaterra, durante as décadas de 1860-1870. Desenvolvendo-se materialmente, convertendo a Praça do Ferreira como centro econômico, político e cultural da capital. No século XX, das drásticas reformulações e expansões urbanas não afastaram os graves contrastes sociais que existiam e ainda existem. Podendo ser compreendida como uma ‘metamorfose ambulante', Fortaleza é uma cidade em construção e destruição, espaço de tensões que, paradoxalmente, se configura como Terra da Luz e da barbárie, palco ideal para cantos de amor e de ódio, de louvores e de denúncias.

O objetivo deste projeto é produzir pesquisas e construir obras em quadrinhos que privilegiem representações visuais de Fortaleza, tanto os seus antigos cenários, que gravitavam em torno do Centro da cidade, quanto espaços e personagens contemporâneos, de outros espaços da cidade. Fortaleza será cenário, tema, personagem, alegoria, antagonista, o evento desencadeador da recriação artística. A grande fonte de trabalho é a História e a tradição literária da cidade. Não estamos em busca de uma cidade idealizada ou perdida no tempo, mas pretendemos revisitar a memórias e experiências cotidianas que moldaram a vida das pessoas, inclusive suas contradições.

Portanto, produzir histórias em quadrinhos sobre Fortaleza é construir possiblidades de uma cidade imaginária, reinventada. As ligações entre a cidade e os quadrinhos são poderosos decifradores da nossa forma de nos representar no espaço urbano, para conhecer seus moradores, suas histórias, suas lutas.

Apoie este projeto e contribua para que eu desenvolva mais obras em quadrinhos, livro, artigos, vídeo e para valorizar a História e memória cultural de Fortaleza.

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Galeria

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Publicado por

Charles Ribeiro Pinheiro

Pesquisador de Pós-doutorado e Coordenador do grupo de pesquisa "Literatura Cearense Comparada" pela Universidade Federal do Ceará. Professor graduado em Letras pela UFC (2008). Mestre (2011) e Doutor em Literatura Comparada (2019), pela UFC, com pesquisas sobre o escritor Rodolfo Teófilo. Roteirista de quadrinhos e autor de livros didáticos de Literatura. Autor do projeto Padaria Espiritual HQ.

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