Descrição curta

Mulher negra, escritora e mãe de santo na Umbanda do Interior Cearense. Acadêmica Correspondente da Academia Internacional de Artes, Letras e Ciências - A Palavra do Século XXI - ALPAS 21. Publicou os livros A Mística dos Encantados (2020), Caminhos Encantados (2021), Lavagem Encantada (2022) e Sonhaçu (2024) pela Ed. Edições e Publicações. Coordena o Coletivo Encantarias, mantendo forte atuação como mulher negra de Terreiro no Município de Trairi.

Dados Pessoais

E-mail Público: mariatoinha1936@gmail.com

Telefone Público: (85) 98159-8135

Descrição

Sou uma mulher negra e velha. Aprendi a arte de contar histórias e trabalho como Mãe de Santo na Umbanda cearenses há mais de 70 anos. Tenho 88 anos de idade e moro no Povoado Campo, distrito de Canaan/Trairi, onde escrevo sobre as poéticas dos Terreiros de Umbanda dessa região do interior cearense. Coordeno o Coletivo Encantarias, recentemente reconhecido como Ponto de Cultura pela Secult-CE, passando a integrar a política estadual da Cultura Viva.

Nasci em 17 de maio de 1936, numa comunidade chamada Lagoa de Beber, em Paraipaba, Ceará. Fui Retirante da seca de 1958, tendo escapado da tormenta nas obras do açude do Caxitoré me Pentecostes.

Sou Acadêmica Correspondente da Academia Internacional de Artes Letras e Ciências ‘A Palavra do Século XXI’ – ALPAS21 e Acadêmica Imortal Efetiva da Academia Internacional Poetas Além do Tempo – AILAP. Fui reconhecida como Doutora Honoris Causa em Literatura pela Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes e pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos.

Publiquei os livros A Mística dos Encantados (2020), Lavagem Encantada (2022) e Caminhos Encantados (2023) pela Editora Edições e Publicações, por meio do projeto Literário A Mística dos Encantados, o qual coordeno com meu Neto Azulado, Marcos Andrade, disponível para acesso no site: https://www.amisticadosencantados.com.br/

O livro A Mística dos Encantados aborda minhas vivências nos terreiros de umbanda, registrando minhas infâncias nas Encantarias que vivemos nos interiores do Ceará. O livro apresenta, portanto, o testemunho do percurso iniciático de uma mulher negra nas Umbandas cearenses. Minhas curas, minhas primeiras caminhadas, e as estradas que fiz guiada pelos Encantados são descritas no livro. Os Encantados são apresentados como entidades que circulam por este mundo ajudando a humanidade, restaurando as pontes entre o sagrado e o coração das pessoas.

Em Caminhos Encantados (2023, 2ª ed.), Mestra Maria Toinha narra a experiência de sua família como Retirantes da seca de 1958, no Ceará. A seca de 1958, portanto, é tomada por Mestra Maria Toinha como fio condutor para uma narrativa longa sobre as experiências dos retirantes pelo interior de seu estado, sobre o lugar da mulher negra na sociedade cearense, e sobre as vivências nas Umbandas dos interiores profundos do Ceará. Embora sofrida, a jornada de mais de 100 km de caminhada, da Lavagem (atualmente Canaan) até Pentecostes assume uma dimensão encantada, na medida em que Mestra Maria Toinha narra os atravessamentos promovidos pelas atividades curativas realizadas por ela e por Chico Toinha em seus trabalhos espirituais nas Umbandas dos interiores Cearenses. Em Caminhos Encantados, Mestra Maria Toinha chama atenção para o episódio da fome, da miséria, do abandono social, assim como também para a fé, a força e a coragem do povo nordestino para atravessar as calamidades. O relato de Mestra Maria Toinha, realizado em 1ª pessoa, se situa como um dos primeiros no Ceará que registra com tom autobiográfico as vivências das mulheres negras de Terreiro.

O livro Lavagem Encantada é a história de retorno, como também do encontro de Mestra Maria Toinha com a gente desimportante do seu lugar e com as forças e encantamentos que tornam a Lavagem um território de múltiplos cruzamentos. A mulher sem casa, sem terra e sem recursos caminha. As curas realizadas por Chico em pessoas conhecidas, as andanças do Andarilho Zé Caetano, as reflexões de Mestra Maria Toinha sobre seu lugar de nascimento. Essas histórias são contadas a partir de um ponto de vista mais maduro, quando Mestra Maria Toinha já se aproxima do final de sua existência e passa a sonhar mais com os Encantados.

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