Coletivo

Coletivo AudioVisual do Titanzinho

Descrição curta

O Coletivo AudioVisual do Titanzinho vem atuando em aliança com a Associação de Moradores na organização das Mostras AudioVisuais e do cineclube Cine Ser Ver Luz, na perspectiva de encontrar meios para a produção audiovisual local, entendendo-a como possibilidade de inventar outros modos de visibilizar o bairro e seus moradores.

E-mail: pesquisacoletivoaudiovisual@gmail.com

Telefone Público: (85) 9913-9786

Descrição

O Coletivo AudioVisual do Titanzinho completa, em 2023, dez anos de atuação, com o bairro Serviluz, em Fortaleza. Um percurso realizado em aliança com a Associação de Moradores tanto na organização das Mostras AudioVisuais como na criação do cineclube Cine Ser Ver Luz, das intervenções audiovisuais e as atividades de formação em diversas oficinas, na perspectiva de encontrar meios para a realização e difusão do audiovisual local, entendendo-a como possibilidade de inventar outros modos de visibilizar o bairro e seus moradores, considerando a promoção da expressão artística de suas singularidades e os modos de intervir e resistir presentes no cotidiano da comunidade.

As comemorações dos 10 anos do Coletivo AudioVisual e da Mostra AudioVisual do Titanzinho não poderia ser diferente e envolverá as diferentes expressões artísticas do bairro, além, claro, do cinema. Com a força da coletividade e a escolha do tema “Comunidade, Cultura e Meio Ambiente”, inspirado nas ações do Plano Popular do bairro, queremos enfatizar o convite à partilha de tudo o que nos faz seres vivos (humanos, plantas, animais… multiespécies) como: generosidade, afeto, sensibilidade, cuidado, solidariedade e cooperação.

Com experiências coletivas na área do Cinema e da Fotografia, desde 2009, e Oficinas de Edição, Fanzine, Graffiti, Stencil, Lambe e Mostras AudioVisuais no Titanzinho, entre 2011 e 2013, alguns jovens participantes e colaboradores da Associação de Moradores do Titanzinho e da pesquisa In(ter)venções AudioVisuais com Juventudes, na Universidade Federal do Ceará (UFC), foram retomando a proposta de criação, produção e circulação de filmes, vídeos e exposições fotográficas. Nesse processo, constata-se a força das imagens de si e do bairro a provocar desejos, inclusive ressurgindo algumas propostas antigas, como a criação de um cineclube na Associação.

O Coletivo passa por um movimento de auto-organização e autogestão, renovando antigas alianças e construindo novas. Seus participantes, impulsionados pelo desejo de se afirmarem como produtores e gestores audiovisuais, com questões e ideias próprias, trabalham com narrativas que atualizam o debate e consideram a relevância dessas experiências, ampliando as possibilidades criativas e inventivas dos que vivem em bairros periféricos.

Com a organização de curadorias, a criação de um carrinho, nomeado pelos jovens de Carrim das Artes, e a proposta de fomentar a produção alternativa, o Coletivo vem proporcionando, em especial, a circulação de produções nacionais, regionais e cearenses, viabilizando a projeção e a sonorização de filmes, vídeos e curtas com as ruas e praças do bairro e o Farol do Mucuripe, o farol antigo da cidade. Além disso, o processo de criação audiovisual oferece aos envolvidos possibilidades de análise e observação de si e do ambiente onde vivem, trazendo à tona modos de ser e habitar a comunidade, um exercício também propiciado pela experiência oferecida durante a preparação das sessões e mostras audiovisuais.

As sessões experimentais do Cineclube Ser Ver Luz iniciaram, ainda em 2014, com ruas e praças, no Farol e na Associação de Moradores do Titanzinho (AMT), no bairro Serviluz. A primeira sessão teve a exibição do vídeo O Pessoal da São José, realizado pelo Coletivo, fruto das intervenções urbanas e audiovisuais com a rua São José. Nessa rua, vivem algumas das moradoras mais antigas do bairro. Dona Justa e as vizinhas Rosa e Berê, descrevem no vídeo o Serviluz de outros tempos, quando tudo começou para aqueles que desafiaram a areia da praia, levantaram casa e constituíram família nesse território.


O Farol tem sido um dos espaços escolhidos para a realização das ações do cineclube, em especial, pela importância histórica e cultural enfatizada pelos moradores, um patrimônio público que convive com o descaso e a indiferença dos governantes. Em outubro de 2014, realizamos a primeira sessão na escadaria do Farol, uma exibição marcada por um ato de protesto em defesa desse patrimônio cultural, tendo também a exibição do vídeo O Pessoal da São José e do filme Cine Holiúdy: o astista contra o caba do mal, ou seja, uma programação que incentiva a cultura audiovisual local, regional e brasileira, além de possibilitar espaços de encontro e de debate e momentos de lazer.

As conversas, a participação e o interesse dos moradores, bem como o envolvimento com as Mostras AudioVisuais (caminhando para a décima edição) e as sessões do Cine confirmam a demanda e o desejo por espaços de encontro com a arte cinematográfica. Um cinema sensível aos acontecimentos que movem o cotidiano do bairro, trazendo à tona problemas e potencialidades que promovem a afirmação do lugar de moradia, dos espaços de participação comunitária e da produção audiovisual como política ativa na invenção de outros mundos possíveis.

Um cinema sem paredes vem afirmando as experiências de exibição com as ruas São José, General Titan, Leite Barbosa, Pontamar e Vicente de Castro, as Praças São Francisco, Tiago Dias e da Estiva, o Farol antigo e a Associação de Moradores do Titanzinho (AMT). A aprovação do projeto do cineclube no Edital de Cinema e Vídeo da Secretaria da Cultura do Ceará – Secult-CE, nas edições de 2014 e 2015, potencializou as ações do Cine, que passou a exibir filmes nacionais, regionais e da produção cearense, bem como animações, documentários e ficção em diferentes regiões do bairro. Para as sessões, também foram convidados os grupos de teatro Dito & Feito e o Coletivo Verde Luz, que realizaram apresentações de abertura e/ou encerramento.

Entre 2015 e 2016, foi possível criar e realizar um conjunto de sessões mensais, contando com a participação intensa das crianças e dos jovens, assim como a presença de muitos pais, mães e idosos, conforme pode ser visto em fotografias e vídeos compartilhados nas redes sociais. proposta de criar as sessões temáticas surgiu em reuniões do Coletivo AudioVisual com a participação de colaboradores e a formação de curadorias para cada uma das sessões. Entre os temas, interessou a relação do Cinema e do Audiovisual com questões como Direito à Cidade, Memória, MarIntimidade, Arte Urbana, Juventudes, Arte e Natureza, Democracia e DiverCidade, Afeto e Amizade, Interior e Comunicação e Tecnologia. Também foram realizadas Sessões Peixinho, priorizando o público infantil.

Entre 2016 e 2017, foram realizadas sessões em aliança com apoiadores, entre eles: Servilost, Projeto de Vida, Cine Molotov, estudantes do Curso de Comunicação da UFC, Companhia AnDança, Coletivo Nigéria, a Bienal Internacional de Dança – Par e Par e CineMar – Poço da Draga. Nesse mesmo período, em aliança com as pesquisas Coletivo AudioVisual do Titanzinho e Cinema In(ter)venção – Cine Ser Ver Luz, coordenadas pelo Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas – LAMUR (PPGArtes ICA|UFC), foram realizadas as intervenções Luzes do Farol, Vendo Mar e OcupAções, contando também com bolsistas de iniciação científica e demais colaboradores do Cine, moradores de outros bairros da cidade.

Ainda em 2017, realizamos o Nossas Ruas com Artes com uma programação que envolveu o lançamento do livro-catálogo Nossas Ruas com Cinema, do livro Arte que Inventa Afetos e do Mapa Afetivo com as Artes do bairro Serviluz, um evento organizado em aliança com todos os coletivos que atuam com a AMT e os colaboradores do Cine.

Também realizamos três ConversAções com audiovisuais, cinemas e arte urbana que inventam associações, bairros e cidades, sendo o primeiro, em 2015, com a participação de Fabíola Gomes, André Aguiar, moradores, Ceci Shiki, Davi Oliveira e Nataska Conrado, convidados. O segundo, em 2018, com as apresentações dos avanços das pesquisas de Fabíola Gomes (moradora, participante do Coletivo e estudante do curso de Cinema, na UFC), Iara Andrade e Nataska Conrado, convidadas instigadas pela professora Deisimer Gorczevski, colaboradora. O terceiro foi realizado em 2019 com a participação de Bruno Ribeiro Pinto | Spote, morador e participante do Coletivo e Aliria Airia e Ceci Shiki, convidados. ConversAções é um convite ao encontro com IntenCidades que tomam corpo e inventam afetos que se efetuam em matérias de expressão. As três edições do ConversAções foram realizadas em aliança com o LAMUR e a AMT, sendo a segunda edição também em colaboração com o Projeto de Vida.

Em 2018, além de darmos continuidade às sessões do Cine, com as sessões Peixinho, as sessões Cine com Sarau e a realização da VII Mostra AudioVisual, homenageando os realizadores Raimundo Cavalcante, Yures Viana e José Pastinha, também iniciamos a formação em audiovisual com ênfase na criação de cineclube, realizando oficinas em um projeto que envolveu a Associação de Moradores do Titanzinho e a aliança com o Núcleo de Base do Serviluz. Nesse processo, também retomamos as relações com professores e estudantes interessados no cinema e audiovisual, nas escolas Álvaro Costa e Godofredo de Castro Filho, ambas no bairro.

No início de 2019, realizamos duas sessões temáticas – Moradia, direito nosso e Mulheres. A primeira sessão foi realizada na Rua Titan, em aliança com a Associação de Moradores do Titanzinho. Com a exibição do filme O lugar das perdas, dirigido por Israel Branco, buscamos fortalecer a luta por moradia digna para todos os moradores, uma atitude necessária diante das ações desrespeitosas da Prefeitura de Fortaleza em nome do projeto Aldeia da Praia, que pretende remover, aproximadamente, 300 famílias da ZEIS Cais do Porto, no Serviluz.

A sessão Mulheres e o Sarau Giramundo homenagearam todas as mulheres, em especial as moradoras do Serviluz – da Estiva, do Farol, da Pracinha, da Pontamar, do Titanzinho, do Campo, da São Francisco, São José – que afirmam as muitas formas de estar no mundo e que insistem em viver. A programação do Cine deu ênfase às mulheres negras, índias, mulheres do campo e da cidade, as nordestinas e de todos os lugares, enfim, as pluralidades que resistem e nos encorajam a seguir. Como afirma Conceição Evaristo, “Vagos desejos insinuam esperanças. Eu-mulher em rios vermelhos inauguro a vida”.

Neste início de ano, também retomamos os encontros com as duas escolas municipais do bairro. A exposição Quebra-cabeças humano, série fotográfica produzida com estudantes das turmas de Educação de Jovens e Adultos – EJA da Escola Municipal Godofredo de Castro Filho, durante uma oficina de fotografia contemporânea coordenada por Rafael Brasileiro, com orientação de Deisimer Gorczevski. A oficina também contou com a colaboração de Pedro Rocha, participante da Associação de Moradores do Titanzinho, educador do Núcleo de Base do Serviluz e colaborador do Coletivo AudioVisual.

Ainda em 2019 elaboramos o Cinema que inventa o bairro, segundo livro_catálogo, fruto de um conjunto de sessões do Cine e da VII Mostra. A publicação contou com recursos do Edital Cinema e Vídeo 2015 da Secult CE e o apoio da Imprensa Universitária da UFC, que realizou o impresso e o e-book. O lançamento foi realizado em um evento do Coletivo, da AMT, LAMUR e colaboradores, no Farol do Mucuripe.


No inicio de 2022, organizamos o acervo de vídeos realizados pelo Coletivo com colaboradores e, retomando as atividades com as ruas, praças, praias e o Farol do Mucuripe, colaboramos com o evento Titan não se vende realizado em aliança com a AMT, Comissão Titan, LAMUR e colaboradres do bairro e da cidade e, entre a programação, foi lançado o canal de vídeos do Coletivo AudioVisual do Titanzinho https://www.youtube.com/channel/UCA_LiAIH6AxDTGlqAqKrdSg . No decorrer do ano foram realizadas algumas sessões de filmes com temáticas relacionadas ao direito à moradia e a colaboração com as ações de elaboração do Plano Popular do bairro.

No mês de setembro iniciamos a preparação da IX Mostra AudioVisual convidando nossos colaboradores e com eles escolhemos o tema: “Celebrando a vida coletiva” que foi a inspiração para a abertura da chamada de indicação de filmes feitos com o Serviluz. Em meados do mês de novembro a curadoria da Mostra, formada por moradores e convidades, recebeu 900 minutos - somando 200 filmes para a seleção e organização da programação. Entre as novidades da IX Mostra, realizamos a Mostra Peixinho, voltada ao público infantil, contando com a colaboração do Instituto Três Mares na curadoria.

Uma nova experiência está chegando, em 2023, com a participação do Coletivo no 2º Festival Samburá de Cinema e Cultura do Mar, um evento que contou com 286 produções, analisadas pela competente curadoria, formada pelos realizadores audiovisuais Sara Benvenuto, Henrique Dídimo e Felipe Camilo. Passaram pelo crivo dos curadores 30 curtas-metragens, oriundos de nove estados brasileiros (Ceará, Bahia, Pernambuco, Pará, Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais). Na lista dos trinta filmes selecionados o nosso curta está em décimo primeiro lugar: “ Titan não se vende com Kátia”. Doc. 8 '45 ". Dir.: Coletivo AudioVisual do Titanzinho, Deisimer Gorczevski, Wesley Farpa (CE).

Participantes do Coletivo:

Pedro Fernandes – Coordenador da Associação de Moradores do Titanzinho, atua no Coletivo AudioVisual do Titanzinho, desde a criação, em 2013. Também participa no Conselho Popular do Serviluz e no Servilost. Participou da pesquisa Coletivo AudioVisual do Titanzinho: Cine Ser Ver Luz e, atualmente, participa da pesquisa Cinema In(ter)venção: Cine Ser Ver Luz, no LAMUR, PPGArtes|UFC.

Bruno Ribeiro (Spote) – Artista e educador em artes, morador do bairro Serviluz, atuando no Coletivo AudioVisual do Titanzinho, na Associação de Moradores do Titanzinho e no Servilost. Graduando em Artes Visuais, no Instituto Federal do Ceará – IFCE e participante da pesquisa Cinema In(ter)venção: Cine Ser Ver Luz, no LAMUR, PPGArtes|UFC. Atualmente se envolve e realiza projetos na área da ecologia urbana, através de canteiros produtivos, paisagismo e agricultura urbana, tendo como maior inspiração a proposição “vamos florestar”.

Sabrina Araújo – Professora universitária e pesquisadora, é Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFC, com mestrado em Políticas Públicas e Sociedade pela Universidade Estadual do Ceará (Uece) e graduada em Publicidade e Propaganda. Participa do Coletivo AudioVisual do Titanzinho, e colaboradora com o Coletivo Banho de Chuva. Integrou o Coletivo Aparecidos Políticos e participou das pesquisas In(ter)venções AudioVisuais com Juventudes em Fortaleza e Porto Alegre; e Coletivo AudioVisual do Titanzinho: Cine Ser Ver Luz. Atualmente, participa da pesquisa Cinema In(ter)venção: Cine Ser Ver Luz, vinculada ao LAMUR, PPGArtes|UFC.

Maria Fabiola Gomes - Graduada em Cinema e AudioVisual, na UFC, e em Letras, na UECE. Moradora do bairro Serviluz, atua no Coletivo AudioVisual do Titanzinho e na Associação de Moradores do Titanzinho. Participou das pesquisas In(ter)venções AudioVisuais com Juventudes em Fortaleza e Porto Alegre; e Coletivo AudioVisual do Titanzinho: Cine Ser Ver Luz e da pesquisa Cinema In(ter)venção: Cine Ser Ver Luz, no LAMUR, PPGArtes|UFC.

Ray Oliveira (Ray Kaharym Kashi) – Artista, escritor e realizador independente atua no Coletivo AudioVisual do Titanzinho e no projeto escolar Desenhos de Mestre. Diretor e Roteirista de documentos sobre a comunidade Titanzinho. Obras de Ray Kaharym: livros: As Lendas de Eternal e The RQ Monarchy. Filmes e séries: Titanzinho Meu Ponto Seguro, Reforma Da Associação, The Dead Way (que contém duas temporadas) e Space War.

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Publicado por

Sabrina Araújo

Professora universitária é mestre em Políticas Públicas e Sociedade pela Universidade Estadual do Ceará e graduada em Comunicação Social. Participa desde 2013 do Coletivo AudioVisual do Titanzianho, onde é organizadora da Mostra Audiovisual Titanzinho (VIII edições). Integra o Coletivo Aparecidos Políticos desde 2013 e mais recentemente tem colaborado com o Coletivo Banho de Chuva.

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