Mapa Cultural do Ceará - QUADRILHA CHEIRO DA TERRA

Coletivo

QUADRILHA CHEIRO DA TERRA

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E-mail: evan_lopes@hotmail.com

Telefone Público: (85) 98615-5871

Endereço: DRA E , Baturité, CE, BR

Estado: CE

Município:

CEP: 62760-000

Logradouro: R MAJOR PEDRO CATÃO

Número: 68

Complemento: CASA

Bairro: MONDEGO

Informações Geográficas

Descrição

A Quadrilha Cheiro da Terra da cidade de Baturité, nasceu no ano de 2006, na comunidade do MONDEGO, uma das maiores periferias de nosso município em Baturité-CE, uma iniciativa de vários jovens da periferia baturiteense. Em 2006 em seu primeiro ano conseguiu ficar em quarto lugar no festival municipal, já em 2007 venceu o festival municipal e se apresentou pela primeira vez no Ceará junino, desde então acumulando títulos por onde passou. A partir dai se tornou um grupo que não se limita à celebração das festas juninas. Ele percebe o potencial transformador dessa manifestação cultural e utiliza essa força para impactar positivamente as comunidades onde atua. Oficinas de dança, teatro, música, costura de figurinos e construção de cenários são apenas algumas das atividades oferecidas. Por meio delas, as crianças e jovens inseridas nessa comunidade e coletivo cultural não apenas aprendem técnicas, mas também desenvolvem disciplina, trabalho em equipe, responsabilidade e autoestima.
Com duas décadas de tradição, já em 2008 fomos a campeã da etapa Ceara junino Maciço, em 2012 fomos a vice campeã da etapa ganhando ainda vários quesitos individuais, na cidade de Palmacia, em 2013 ficamos entre as três na etapa Ceará junino na cidade de Redenção, fomos campeões em 2014, vice em 2015 e vice em 2017, em 2018 representamos o Maciço na final dos festejos ceara junino, EM 2019 fomos a segunda melhor quadrilha do Ceará segundo raking cearense de quadrilhas juninas feito pela FEQUAJUCE, tendo ainda ganhou o troféu FEQUAJUCE de melhor coreografia e rainha do estado do Ceará, em seu retorno após a pandemia que inclusive desenvolveu vários projetos virtuais no âmbito da formação e lazer, em 2023 foi a terceira maior média do estado em ranking da FEQUAJUCE e dos 19 festivais que se apresentou esteve no pódio das campeãs em 16 deles, Guardamos na memoria todas as conquistas, que são de grande valor para nosso grupo e para os munícipes baturiteenses, que tem a quadrilha como um patrimônio, e falando nisso o grupo recebeu congratulações pela câmara municipal dos vereadores de Baturité, logo após em 2024 foi reconhecido como patrimônio cultural imaterial do município também pela câmara de vereadores de Baturité e seu fundador e presidente ate hoje Evani Lopes foi titulado mestre da cultura em quadrilha junina em projeto de lei municipal também pela câmara de vereadores de Baturité, ambos os títulos assinados por unanimidade por todos que compõem aquela casa legislativa.
Ao longo do tempo fomos nos aprimorando em diversos setores, temos a nossa própria equipe de atores, formadores, oficineiros, escritores e diretores teatrais. Trabalhamos com uma equipe de 10 pessoas na coordenação, 52 brincantes, 12 músicos e 15 pessoas na equipe de apoio. A quadrilha Cheiro da Terra é a primeira e ate então a única quadrilha de Baturité a conseguir figurar entre os melhores grupos do concurso cearense promovido pela FEQUAJUCE e a única a conseguir vencer e representar a cidade na final dos festejos Ceará junino do governo do estado do Ceará. Unica quadrilha do maciço a vencer por três vezes a etapa SESC sertão central na cidade de Quixeramobim. (2012,2015,2017). Títulos este que não nos envaidece, mas nos deixa orgulhosos do grande trabalho que fazemos junto a juventude, crianças e comunidade em seu entorno.
A quadrilha Cheiro da Terra é também o grupo que gerencia uma quadrilha junina infantil chamada Filhos da Terra a dez anos desde 2015, esta ação com crianças do município acontece em parceria com a maior escola publica da cidade, escola Domingos Savio que recebe a ação de formação de novos brincantes e forma novos agentes para a quadrilha junina no Ceara, que esta deveras ameaçada, muitas quadrilhas adultas hoje sofre com escassez de brincantes porque não trabalham medidas como esta que revigora e renova os grupos adultos, fazendo com que esta cultura permaneça forte em seus municípios.
Realizamos, também, oficinas constantes de dança e teatro e formação cidadã, palestras e seminários direcionados à juventude, eventos de entretenimentos para arrecadação de fundos e para a manutenção de nossos projetos enquanto quadrilha junina. O diferencial do nosso grupo está no seu compromisso com a formação e a capacitação. São promovidos cursos e oficinas voltados para o desenvolvimento pessoal e profissional dos participantes. Essas formações abrangem áreas como artesanato, empreendedorismo, produção cultural, fotografia, técnicas de comunicação e expressão, entre outras. O objetivo é oferecer ferramentas que ajudem as pessoas a se inserirem no mercado de trabalho ou mesmo a desenvolverem seus próprios projetos e negócios. O grupo ao longo dos nãos formou vários maquiadores, cabeleireiros, cenógrafos, aderecistas, entre outros. Toda a mão de obra necessária aos nossos trabalhos culturais é fornecida pelo próprio grupo, com exceção de calçados pois não possuímos ainda um técnico nessa área.

Além disso, o grupo atua diretamente com crianças e jovens, muitas vezes em situação de risco social, utilizando as atividades culturais como estratégias de educação e prevenção. Oficinas educativas abordam temas como cidadania, direitos humanos, saúde, diversidade, respeito às diferenças e preservação do meio ambiente. Essas ações não apenas ampliam o repertório cultural dos participantes, mas também criam um ambiente seguro, acolhedor e inspirador.
O grupo, ao manter vivas as tradições das festas de São João, consegue aproximar as pessoas de diferentes faixas etárias e fortalecer o sentimento de pertencimento cultural. Por meio das apresentações, ensaios e eventos, ele se conecta às raízes culturais locais, ao mesmo tempo em que amplia o diálogo entre tradição, contemporaneidade e cultura popular. O grupo vem atuando em comunidades periféricas, quilombolas, assentamentos, escolas públicas e outros espaços marcados pela vulnerabilidade social, esse grupo se dedica a promover não apenas a valorização da cultura popular, mas também o desenvolvimento humano e social de crianças, jovens e adultos.
Ao atuar em comunidades quilombolas e assentamentos, como a exemplo quilombo da Serra do Evaristo e assentamento Açudinhos o grupo também desempenha um papel importante na valorização das identidades e histórias desses territórios. Trabalhando lado a lado com essas populações, ele resgata tradições, incentiva a preservação dos costumes locais e promove o reconhecimento das riquezas culturais que muitas vezes são invisibilizadas. Essas ações contribuem para o fortalecimento da autoestima das comunidades, criando um espaço de resistência cultural e de valorização das suas especificidades. O grupo, em parceria com lideranças locais, organiza eventos que celebram não apenas a festa junina, mas também a herança cultural dessas comunidades. Essas celebrações se tornam momentos de troca, aprendizado e reconhecimento, incentivando o empoderamento coletivo e promovendo a inclusão.
A atuação do grupo cultural e junino Cheiro da Terra de Baturité demonstra que cultura e transformação social podem caminhar juntas. As crianças e jovens que participam das atividades encontram no grupo não apenas um espaço de expressão artística, mas também uma rede de apoio e um horizonte de possibilidades. Muitos deles descobrem talentos, ampliam seus sonhos e começam a enxergar perspectivas de vida que antes pareciam distantes.

Ao promover a união entre a tradição junina e ações de formação, capacitação e inclusão, o grupo também fortalece os laços comunitários e contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Ele se torna uma referência, mostrando que é possível utilizar as riquezas culturais brasileiras para transformar vidas, resgatar histórias e construir futuros.
Esse trabalho, que combina arte, educação e compromisso social, evidencia que as festas juninas podem ser muito mais do que celebrações festivas: podem ser espaços de cidadania, de resistência e de esperança.