Descrição curta

Mestre da Cultura reconhecido pelo Programa Tesouros Vivos do Estado do Ceará, Pedro Bandeira é cantador, poeta, cordelista e escritor. Iniciou sua trajetória cultural em 1955, tornando-se um dos grandes nomes da Cantoria e da Literatura de Cordel do país.

Dados Pessoais

E-mail Público: auditoriopedrobandeira@gmail.com

Telefone Público: (88) 99965-1418

Descrição

Quando perguntado sobre a profissão, Pedro Bandeira se apresenta como Cantador Profissional. Poeta, cantador, autor de cordéis, depois que veio a residir em Juazeiro do Norte na década de 1960, teve oportunidade de acesso à Educação Superior, veio a cursar Direito no que hoje corresponde à URCA. O cantador é professor estadual de Redação aposentado, radialista e produtor de Tv.

Pedro Bandeira é filho de Tobias Pereira de Caldas e Maria Bandeira de França, neto pelo lado materno de um dos maiores cantadores que passou na história da cantoria brasileira, o repentista Manuel Galdino Bandeira. Menino nascido no campo, começou na agricultura, aos seis anos de idade limpava mato de mão e nos fins de semana, assistia às cantorias acompanhado da família.

O despertar poético aconteceu no sítio Riacho da Boa Vista, que ficava no alto sertão paraibano no município de São José de Piranhas, extremando com o Ceará. A idade de seis anos Pedro Bandeira fazia poesia, falava em cantoria, dizia que queria ser cantador, improvisava versos na hora quando os parentes estavam plantando, tratando da lavoura ou colhendo. Quando ia em uma cantoria, no dia seguinte era capaz de lembrar e cantar as toadas ouvidas na noite anterior, começando a aprender e a mentalizar os saberes tradicionais dos cantadores populares.

Em 1o. de maio de 1955, Pedro Bandeira saiu de casa a pé, com a viola a tira colo, um coxim de roupa e começou a cantar profissionalmente nas estradas do sertão. Depois de percorrer a pé ou em lombo de jumento diversas cidades, povoados e sítios, em 1960, impressionado pela mística do Padre Cícero e dos romeiros, fixou residência em Juazeiro do Norte. Desde então, ele exerce seu ofício de poeta e cantador sete dias por semana, 365 dias por ano, impregnado em divulgar o Cariri Cearense, o Juazeiro e o Padre Cícero, a cultura, a história, os valores humanos, artísticos, administrativos e políticos desta região, ao ponto de tornar-se nacional e internacionalmente conhecido pelo nome Poeta Pedro Bandeira do Juazeiro.

Após mais de 60 anos de atividades poéticas ininterruptas em Juazeiro, Pedro Bandeira tornou-se um dos mestres da cantoria e do repente mais queridos e respeitados do Brasil, tendo participado de cantorias, pelejas e desafios com os maiores cantadores do seu tempo, como Geraldo Amâncio, João Alexandre, Pinto do Monteiro, Lourival Batista, Manuel Xudu, Pedro Ribeiro, Silvio Grangeiro e tantos outros. Compositor afamado, ele é também autor de centenas de músicas, entre elas “Graça Alcançada”, que veio a ser gravada por mais de 20 intérpretes e pode ser considerada o hino dos Romeiros e das Romarias em Juazeiro do Norte.

Além de renomado expoente de uma geração iluminada de cantadores, Pedro Bandeira veio a destacar-se também na Literatura de Cordel. Em Juazeiro do Norte, ao lado de incessante atividade poética e artística, o cantador teve a oportunidade de cursar a escola formal, passou pelo curso de admissão e por último conseguiu uma vaga na Faculdade de Direito do Crato. A associação da imensa capacidade poética criativa da cantoria tradicional com os saberes da cultura acadêmica letrada colaborou para que o poeta também viesse a se tornar um dos grandes nomes da Literatura de Cordel, com mais de uma centena de títulos publicados e ilustrados pelos principais xilógrafos cearenses do século XX, bem como autor de 14 livros, entre eles “Matuto do Pé Rachado” e “O Sertão e a Viola”.

Brilhante no improviso, cuidadoso com a rima, a métrica e a oração, Pedro Bandeira domina todos os estilos da poesia popular, como sextilhas, martelo agalopado, galope à beira mar, motes, sete linhas, gemedeira, mourão, quadrão, desafios, pelejas e poemas. Conhecido como Príncipe dos Poetas Populares, foi elogiado por Câmara Cascudo, Jorge Amado, José Aparecido de Oliveira e apresentado ao Brasil por Carlos Drummond de Andrade, por ocasião de uma exposição nordestina no Rio de Janeiro em 1970. É tido como o cantador que cantou mais vezes, com participação em mais de 100 festivais e exposições em todo o Brasil e no exterior, dos quais sempre retornou com troféus, diplomas, homenagens e comendas.

As apresentações do cantador tornaram-se tradicionais nas festas cívicas do Cariri Cearense, na Expocrato, na missa do Pau da Bandeira em Barbalha, no Ciclo Romeiro de Juazeiro, nas romarias de Candeias (02 de fevereiro), da Padroeira Nossa Senhora das Dores (15 de setembro) e principalmente no 24 de março, aniversário do Padre Cícero. Nestas datas sagradas pela religiosidade popular, o poeta marca presença na Praça Padre Cícero, na Igreja do Socorro e na Colina do Horto, fazendo a sua romaria cultural na estátua do sacerdote dos sertanejos. Pedro se destaca como um dos poetas que mais escreveu sobre o Padre Cícero e os fatos de Juazeiro.

Nos fins de semana e nos dias comuns do ano, Pedro Bandeira participa de cantorias de pé de parede em mercados como o Central e o Pirajá, em alguns bares, em escolas, residências e nos sítios rurais, onde verseja, improvisa e peleja com outros cantadores por horas a fio, muitas vezes por amor à profissão que exerce, sempre abrilhantando eventos públicos. Ele é convidado para celebrizar e eternizar aniversários, casamentos, batismos, posse de mandatários, Renovação de Coração de Jesus, campanhas políticas e exéquias. O poeta compôs o hino de vários municípios, colégios, clubes e agremiações.

Em homenagem ao ilustre cantador, em 2004 a Prefeitura de Juazeiro do Norte instituiu o 01 de maio como o “Dia do Poeta Repentista Juazeirense”. Em 2018, Bandeira foi agraciado com o título de Mestre da Cultura pela Secretaria de Estado da Cultura, o que significou o reconhecimento do artista como um patrimônio cultural vivo do Ceará.

Em vista da celebração dos 80 anos do cantador, em 2018 foi criada a I Semana Cultural Poeta Pedro Bandeira, de 01 a 05 de maio de 2018, para festejar o aniversário com a presença de familiares, amigos, apologistas e pesquisadores. O evento tornou-se anual, acontece sempre na primeira semana de maio e prossegue para sua terceira edição, que tem por mote festejar os 50 anos de inauguração do Auditório Pedro Bandeira em Juazeiro do Norte.

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