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Pesquisa, desenvolvimento e publicação de um livro (graphic novel) para narrar a história da Padaria Espiritual, agremiação literária cearense, utilizando-se da linguagem dos quadrinhos, com o propósito de alcançar um público maior e servir como um atrativo produto para difusão cultural. >
Site: https://charlesribeiroletras.wixsite.com/livrosehqs/padaria-espiritual-hq https://charlesribeiroletras.wixsite.com/livrosehqs/padaria-espiritual-hq
Valor (R$): 45.556,00
Descrição
APRESENTAÇÂOESTE PROJETO É APOIADO PELA LEI ESTADUAL DE INCENTIVO À CULTURA – LEI Nº 18.012, DE 01 DE ABRIL DE 2022”, obedecendo-se o disposto no artigo 49 da lei nº 18.012/2022.
O projeto contempla a pesquisa, a produção e a publicação de um livro sobre a história da Padaria Espiritual (1892-1898) por meio da linguagem dos quadrinhos, do pesquisador e roteirista Charles Ribeiro Pinheiro, com a finalidade de fomentar a leitura e ressaltar a memória literária e cultural da cidade de Fortaleza. Afinal, o que foi a Padaria Espiritual? Foi o mais original movimento literário que agitou culturalmente Fortaleza, na passagem do século XIX para o XX. Surgiu nas cadeiras do Café Java, quiosque estilo Art Nouveau que ficava na Praça do Ferreira (centro da cidade), onde concentrava jovens boêmios, artistas e literatos, que debatiam as novidades literárias da época. Desde o final da década de 1860, a capital cearense estava crescendo materialmente, devido à grande exportação de algodão para a Inglaterra. Com o desejo de se modernizar, houve uma intensa e difícil procura por livros, que eram comprados, emprestados, lidos e discutidos nas ruas, praças, cafés, livrarias, gabinetes de leituras, clubes e agremiações literárias. No Café Java, no final de maio de 1892, a Padaria Espiritual foi formada pelo gracejo do poeta Antônio Sales, instigado pelos seus amigos Lopes Filho, Ulisses Bezerra, Sabino Batista, Álvaro Martins, Temístocles Machado e Tibúrcio de Freitas. Os escritores queriam criar um grêmio literário para despertar o gosto pelas letras na cidade, mas Antônio Sales não queria criar uma instituição séria e formal, como tantas outras que existiam. Ele concordaria em organizar o grupo “só se fosse uma cousa nova, original e mesmo um tanto escandalosa, que sacudisse o nosso meio e tivesse uma repercussão lá fora”. O Programa de Instalação, redigido por Antônio Sales foi lido na primeira reunião oficial da agremiação e destacava várias missões para criar e estimular a literatura em nosso estado, tais como fornecer o pão de espírito (os livros) às pessoas. O grêmio foi formado por 20 sócios (padeiros), que adoraram nomes de guerra e as reuniões eram chamadas de ‘fornadas’, em que os padeiros se juntavam para discutir literatura, para divulgar suas produções artísticas e literárias e para contar piadas. Eles publicaram um jornal intitulado “O pão”, que contou com 36 números, editados entre 1892 a 1896. A agitação que provocou na cidade, tirando-a do marasmo, deve-se ao desejo de socializar a literatura. A Padaria Espiritual se notabilizou pela originalidade e pelo humor, pela difusão das estéticas literárias, pela divulgação das novidades culturais, científicas e políticas que ocorriam no Brasil e no estrangeiro, pelo lançamento e publicação de novos escritores, sobretudo, pela luta a favor do livro, da literatura e da leitura no Ceará.
O objetivo deste projeto é finalizar a pesquisa e construir um livro em quadrinhos que privilegie as representações visuais de Fortaleza, salientando os seus antigos espaços urbanos e logradouros, que gravitavam em torno do centro da cidade, e as figuras históricas que compuseram o nosso rico contexto literário no fim do século XIX. O pão artístico produzido pela Padaria Espiritual é a nossa herança cultural, é a massa que alimenta e fermenta as artes do Ceará até hoje.
O livro terá 100 páginas, visto que 90 páginas com ilustrações e o restante, misto entre textos e artes. A capa será colorida (couchê) com orelha e o miolo colorido. O livro terá as dimensões 29 x 21cm, e a tiragem será de 1800 exemplares.
JUSTIFICATIVA
O estado do Ceará, apesar das dificuldades econômicas e das desigualdades sociais, em sua história, é repleto de fatos literários, culturais e políticos singulares: pioneiro na divulgação filosófica, nos movimentos políticos e nas manifestações estéticas; lar de clubes e de agremiações literárias, de boêmios e brincalhões; de poetas e ficcionistas que cantaram a serra, o mar e o sertão. O Ceará foi berço do romancista mais representativo do romantismo brasileiro, José de Alencar (1829-1877). Desde o início da década de 1870, colocamo-nos como um dos estados pioneiros na divulgação da filosofia positivista no Brasil, por meio da Academia Francesa (1873-1875). Também fomos pioneiros na campanha abolicionista, a primeira província brasileira a libertar os escravos entre 1883-1884. A última década de 1890 foi muito rica literariamente, na qual dos cafés da Praça do Ferreira, surge A Padaria Espiritual (1892-1898), agremiação de literatura e arte, a mais original e irreverente que tivemos. Em 1894, foi criada a Academia Cearense, dois anos antes da Academia Brasileira de Letras.
Em contraponto a essas atividades literárias, entre 1887 a 1900, Fortaleza possuía 40.000 habitantes, sendo mais da metade analfabetos. Portanto, uma terra com pouquíssimos leitores e nenhum investimento na publicação de livros. Neste contexto, a originalidade da "Padaria Espiritual" reside na sua missão de "dar pão de espírito aos seus membros as pessoas em geral", ou seja, lutar para fornecer o alimento cultural às pessoas. Essa missão renovadora e irreverente a torna uma das mais singulares agremiações culturais, tanto do Ceará, quanto do Brasil. A Padaria Espiritual foi um marco importante na história cultural do Ceará, pois representou um movimento de intensa produção literária, de recepção e divulgação de ideias e estéticas, ao construir expressões artísticas que auxiliaram na construção de uma identidade cearense
Apesar dessa riqueza cultural, por conta de complexas circunstâncias históricas e sociais, além da Padaria Espiritual, a história dos escritores e movimentos literários do Ceará não é conhecia e divulgada entre os próprios cearenses. Nesse esforço, houve e há manifestações e tentativas de conscientizar as pessoas acerca da importância cultural da literatura cearense.
Na gestão do governador e acadêmico Lúcio Alcântara, por meio da lei Nº 13.411, de 15 de dezembro de 2003, houve a instituição do “Dia da Literatura Cearense”, a ser comemorado no dia 17 de novembro, em homenagem ao nascimento da escritora Rachel de Queiroz. Em 2015, por iniciativa do deputado estadual Wellington Landim, foi promulgada a Lei Estadual Nº 15.895, que descreve que a Disciplina “Conhecimento e Estudo dos Autores Cearenses” seja incluída na grade curricular das escolas públicas mantidas pelo Governo do Estado do Ceará, visando o objetivo o ensino da Literatura cearense. Portanto, o projeto dialoga com as políticas públicas de difusão da literatura cearense e, além disso, também está de acordo com as novas políticas culturais brasileiras, tal qual o Decreto Nº 11.453, de 23/03/2023. De acordo com o artigo 3 do referido decreto, o projeto pretende: “I - valorizar a cultura nacional, consideradas suas várias matrizes e formas de expressão; III - viabilizar a expressão cultural de todas as regiões do País e a sua difusão em escala nacional; V - incentivar a ampliação do acesso da população à fruição e à produção dos bens culturais; VII - desenvolver atividades que fortaleçam e articulem as cadeias produtivas e os arranjos produtivos locais, nos diversos segmentos culturais”.
O livro em quadrinhos sobre a Padaria Espiritual, além de criativo produto cultural, pode servir de futuro material didático para divulgação da história literária cearense. A Padaria Espiritual foi um importante movimento artístico que precisa ser mais divulgado e conhecido. O futuro livro em quadrinhos sobre a agremiação propicia a democratização da história literária e cultural do Ceará para um público mais amplo, desde adolescentes, jovens e adultos.
OBJETIVO GERAL
Este projeto busca apoio para financiar os custos de edição e publicação do livro “Padaria Espiritual em Quadrinhos”, que pretende narrar sua história por meio da linguagem dos quadrinhos, com o propósito de alcançar um público maior e servir como um atrativo produto para difusão cultural e para homenagear os 130 anos de fundação desse irreverente grêmio cultural cearense, ocorrido em 2022.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Divulgar a História da Padaria Espiritual e da Literatura cearense para diversos públicos;
• Incentivar a ampliação do acesso da população à fruição e à produção dos bens culturais, enfatizando o objeto livro;
• Utilizar a versatilidade e criatividade das histórias em quadrinhos, promovendo-as como importantes estimuladores de leitura para o público adolescente, jovem e adulto.
• Fomentar e valorizar atividades educacionais e culturais ao contemplar as esferas da leitura, livro, literatura e bibliotecas (públicas e comunitárias) de Fortaleza e do Ceará.
ESTE PROJETO É APOIADO PELA LEI ESTADUAL DE INCENTIVO À CULTURA – LEI Nº 18.012, DE 01 DE ABRIL DE 2022”, obedecendo-se o disposto no artigo 49 da lei nº 18.012/2022.
Vídeos
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Vídeo Projeto Padaria Espiritual em Quadrinhos
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Jornal TVC | Padaria Espiritual do Ceará
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Charles Ribeiro Pinheiro e a Padaria Espiritual em quadrinhos
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131 anos da Padaria Espiritual